coronavírus

'Eu não tenho como me proteger do vírus', conta morador em situação de rua

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
A Praça Saldanha Marinho é a casa de algumas pessoas que não tem para onde ir

Enquanto a recomendação dos órgãos de saúde orienta a população a ficar resguardado em casa frente à pandemia do coronavírus, dezenas de pessoas em Santa Maria infelizmente não tem essa opção. A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é lavar as mãos com água e sabão - uma realidade bem distante dos moradores que vivem em situação de rua. 

Esse é o caso do pintor letrista Nedson Saldanha, que tem encontrado nas marquises do centro o abrigo para passar seus dias, já que, segundo ele, na Casa de Passagem do município não há vagas. Acompanhado do melhor amigo Knay, seu cachorro, a alimentação dos dois é feita com donativos que ele recebe de ações sociais. A higiene pessoal também depende da solidariedade.

- Quando eu encontro uma torneira, sempre procuro fazer a higiene. Álcool gel é uma coisa que não tenho acesso. Eu não tenho como me proteger do vírus. Estou nas mãos de Deus - conta Saldanha. 

De acordo com a prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, está sendo trabalhado uma alternativa para que os moradores em situação de rua possam centralizar a prática da sua higiene pessoal, passar a noite e se alimentar. Na última quarta, profissionais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) levaram informações para os moradores a respeito da pandemia e entregaram kits de higiene pessoal. 

Ainda segundo o Executivo, as pessoas em situação de rua podem acessar a Casa de Passagem para fazer a higiene e passar a noite, desde que respeitem as regras do local.

SOLIDARIEDADE
Para tentar ajudar essas dezenas de pessoas, a Rádio Imembuí criou uma campanha de arrecadação de materiais. Entre 23 de março a 10 de abril, a população poderá doar sabonete, sabão, álcool, álcool gel, papel higiênico e papel lenço, que serão destinados aos moradores em situação de rua. 

- A ideia surgiu após uma amiga vivenciar uma situação complicada. Um morador de rua bateu na porta da casa dela pedindo materiais básicos de higiene e comentou da sua preocupação com a pandemia. Isso instigou uma vontade de conscientizar a população não só para o seu próprio cuidado e prevenção, mas também, ajudar outras pessoas a terem a mesma oportunidade. Todos merecemos a mesma qualidade de saúde e sabemos que isso só é possível se cada um fizer sua parte - conta Marco Biage. 

As doações podem ser feitas na sede da rádio (Avenida Walter Jobim, 222) ou podem ser viabilizadas por meio do telefone (55) 3212-6060.

*Colaborou Natália Müller

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